terça-feira, 21 de julho de 2009

A não violência


Li em algum lugar que Gandhi se curvou respeitosamente e abençoou o indivíduo que veio lhe dar um tiro, mas isso eu li há muito tempo, e essa fonte não é segura. Se você puder corroborar esse escrito com alguma informação mais concisa, eu agradeço. Mas que combina com Gandhi combina. De um homem que acreditou até o fim na não violência, e com isso enfrentou nada mais nada menos do que o mais poderoso Império do planeta, espera-se algo assim parecido.

Gandhi nunca foi cristão. Nunca? Gandhi foi muito mais cristão do que muito cristão que conhecemos. E ele só teve palavras elogiosas para Jesus, e sempre reconheceu que o problema do Cristianismo eram as pessoas. Bom, isso até eu reconheceria, não é preciso ser um Mahatma para se chegar a essa conclusão.

Mas porquê estou falando em Gandhi, eu que me "orgulho" em manter um blogue que não entende de assunto algum? Se formos na latinha "Cultura Indiana" de minha despensa, ela estará vazia, talvez terá lá no fundo uma receitinha de chai, que copiei do programa da moça da tevê, e isso é tudo o que sei da Índia, além de saber que por lá pastam vacas tranquilas, que há um rio sagrado venerado por eles, que sua densidade demográfica é imensa e eles adoram cinema como ninguém.

Estou falando em Gandhi porque ele ensinava a combater o ódio com o amor. Serei sincera, não quero iludir meus adoráveis leitores - tenho lá minhas dúvidas. Geraldo Viramundo, o personagem de Fernando Sabino, ofereceu o outro lado da face e pá - levou um tapa no outro lado também, aliás ri muito quando li.

Dizem que amor funciona até com animais, e confesso que com animais já fiz, um certo cachorro veio disposto a tudo em minha direção há uns tempos e eu disse com voz mansa: tadinho dele, bonitão, bom menino...e ele sentou mansinho do meu lado...

Mas com gente, tenho lá minhas dúvidas. Já pensou, se um desafeto chega aqui em meu portão e eu digo: que lindinho, que fofão, tadinho do meninão...entra amigão, amigona, que bom ver você...

Qual seria a reação da pessoa, heim? E se eu contasse uma piada de infância, fosse à cozinha, fizesse uns bolinhos de chuva com açúcar e canela, um chá quentinho, perguntasse se ele (ou ela) queria um par de meias secas, e passe para esta poltrona aqui que é mais confortável, e você quer ver minhas fotos de menina?...ou prefere que eu alugue um filme? ou quer mesmo só conversar?...

Será que daria certo?

Gandhi morreu, não tenho para quem perguntar.