quarta-feira, 4 de março de 2009

A tangerina roxa...continuação

7.
Se você me acompanhou até aqui na curiosidade de ler uma história intergalática, com seres vestidos de roupas prateadas e anteninhas na cabeça, se comunicando pela força do pensamento, com luzinhas brilhando e coisas assim, creio que nesta altura de minha narrativa já estará enormemente decepcionado, e eu não o culpo. Culpo as nossas crenças, os nossos códigos, as nossas idéias pré concebidas. Eu também me fazia essas mesmas perguntas: cadê os ETs? Rowena demonstrava ser uma mulher de elevada sensibilidade, mas eu já ouvira falar de pessoas assim. Aquelas duas mulheres que desapareceram poderiam ter sido fruto da minha imaginação, eu estava muito emocionada e cansada naquele momento, e mesmo as belezas da construção e decoração, a suavidade das pessoas, a sensação de calma no ar, tudo isso era muito bom mas nada sobrenatural. - Você não acha, Lidia? Estávamos jantando.

Disseram-nos que estavam com poucos moradores, e que muitos faziam suas refeições em suas próprias acomodações. Estávamos sozinhas na sala de refeições, um lugar muito agradável, havia uma linda árvore plantada no meio do salão. Disseram que para não derrubá-la, construiram o salão à sua volta. Sentadas de onde estávamos, podíamos ver o céu pela abertura feita para a árvore. O ambiente era repousante, perfumado, as luzes eram deliciosamente indiretas, e havia uma música ao fundo; procurando descobrimos uma menina tocando um violão, sentada numas almofadas na semi obscuridade. Chamava-se Liliana e antes que me perguntem posso afirmar que ela parecia ser uma adolescente deste planeta como outra qualquer.

Assim se passou o meu primeiro dia lá dentro. Após termos conversado muito eu e Lidia, e mais tarde Rowena e Liliana, que se juntaram a nós, fomos dormir. Eu tinha esperança de ter sonhos mirabolantes, reveladores, fantásticos, mas não tive sonho algum, estava tão cansada que creio ter adormecido antes de a minha cabeça encostar no travesseiro.

Continua...