terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Flash-back ou muito mais



 Quando escrevi AQUI, creio que o meu leitor, apressado como todo blogueiro, nem notou que eu deixei um gancho de continuação. Eu tinha um belo desfecho para esta história, modéstia à parte um dos mais bacaninhas que já escrevi, e era para ser postado hoje.

Mas houve uma mudança, o acaso interferiu, e não é o acaso uma ferramenta de Deus?

Flash-back:” ...Ele (Papai do Céu) fica me devendo a alegria, mais que a alegria, o alumbramento, de abrir as portas da minha casa, mesmo que seja numa outra existência, para o Santo Reis entrar.”

Foi então que Jesus, o próprio, cansado de tentar me fazer entender que os tempos são outros, cansado de repetir para mim os ensinamentos que eu teimo em não ouvir, preferindo ficar acorrentada ao passado que não volta jamais, interferiu.

“Filha, parece que o ouço dizer – esqueça tudo aquilo. Foi pura emoção, eu sei, mas “a vida segue sempre em frente, o que se há de fazer”. Não é você que ama essa frase do poeta?”

“Eu estou descortinando um novo mundo à sua frente, dia após dia, e você insiste em não ver? Eu tenho lhe mostrado que a beleza tem se desdobrado a perder de vista, assumindo novas e maravilhosas formas, quando é que você vai abrir os olhos para perceber?”

“Não há uma palavra que vocês tanto usam, a tal “repaginar”? A vida tem se repaginado, filha, e de uma maneira fantástica, formosa, inquietante e gratuita...”

“Então olhe! Você queria abrir as portas de sua casa? E o seu computador não é uma porta aberta? Você queria ver os magos entrando em sua casa? Então veja aqui, eles estão entrando, eles estão voltando para você com novas vestes, as vestes do seu tempo, maravilhe-se com o seu tempo, foi para isso que eu o entreguei a você, para você se maravilhar com ele...”

“Você queria abrir suas portas “nessa ou noutra existência”, quando é que você vai se dar conta de que você já vive nessa outra existência, uma existência virtual, e na qual EU habito?

“Olhe...por acaso isso não é um alumbramento?!”

Desnecessário dizer que eu chorei, mas foi um choro bom, emocionado, de quem se vê ganhando exatamente o presente que não ousou pedir, e de uma forma totalmente inesperada e gratuita.

Quando eu estava enxugando as lágrimas e saindo desse êxtase todo, não é que veio um insetozinho, sabem esses bichinhos marronzinhos, parecendo casquinha de árvore? Pois é, veio um voando e não teve ele a petulância de pousar na tela do computador?

Foi a cereja do panetone, o alumbramento do alumbramento, eu iria mais longe – o toque do sagrado.

Se você não está entendendo nada do que eu disse, não está entendendo onde estão esses reis magos, vai o conselho, procure. Não estão longe, pelo contrário. Reduza a pressa e aumente a curiosidade, você não faz idéia das coisas emocionantes que a minha curiosidade já me proporcionou. Uma pista: são muito mais que três magos.

Com certeza você também irá se alumbrar.