quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Supercalifragilis-Ticexpialidocious

 Já andei me queixando aqui (o que mais faço) sobre algumas dificuldades estranhas com meus lados direito e esquerdo. Vocês que estão comigo há mais tempo já sabem que sintomas estranhos comigo é muito normal. Na época recebi de vocês uma série de bons conselhos e de todos tomei boa nota.

Sem desmerecer os demais, o mais encantador de todos, e que não foi via blogue, foi numa situação outra, veio de um amigo que disse: Bete, não se preocupe com o lado direito nem com o lado esquerdo, aliás, não se preocupe com lado nenhum, tire os pés do chão, voe!

Embora pareça um conselho subjetivo, não é tão absurdo assim. Existem situações, muitas situações eu diria, onde o melhor que se tem a fazer é procurar subir acima da razão e da emoção, ficar pairando feito uma pena, olhando lá do alto, como a olhar o circo pegando fogo lá em baixo, literalmente. Resolvi começar.

Mas veio o primeiro embate, diria que a primeira prova de fogo.

Em um dos filmes Os Caça Fantasmas, quase no final, era liberado no ar um poder terrível, que materializava qualquer coisa em que se pensasse. Então a ordem era não pensar em nada. E os heróis faziam todo esforço para não pensar em nada. Mas um deles não conseguiu, e pensou e por conseguinte materializou um enorme, um gigantesco monstrengo feito de puro marshmallow, que veio pra cima deles.

Já num outro filme, o Mary Poppins, a babá levava as crianças para tomar chá numa mesa que flutuava junto ao teto. E para conseguir ficar flutuando, a ordem era não parar de dar risada. O sujeito que parava de rir ou ficava mal humorado, puft, ia ao chão.

Por quê será que eu sei o nome da cobra, sei o antídoto, mas continuo deixando o veneno correr?

Foram exatos doze dias de puro pânico. Materializando um gigantesco monstrengo que só fazia crescer.

Se eu canalizasse toda essa criatividade para imaginar coisas terríveis que podem me acontecer, para um livro de mistério ou suspense, deixaria a velhota inglesa com inveja de mim no túmulo.

Mas tudo bem, vou acreditar que esses doze dias foram a minha versão dos
doze trabalhos de Hércules. Necessários, para expurgar uma série de pesados demônios, ou sei lá o nome que levam esses bichos.

É preciso ser leve para voar.

Então vamos lá novamente, soltando as amarras mais uma vez, o vento se faz bom, o céu está um brigadeiro e eu vou experimentar voar novamente.

Qualquer coisa vocês estão aí para me amparar. Ou o vento, ou as risadas. Podem rir. Eu não sou mesmo para ser levada a sério.