quarta-feira, 24 de setembro de 2008

O alicerce



 Falando com uma amiga ao telefone, ela me perguntou se eu pago aluguel, ao que eu respondi que não, e graças ao bom Deus. Mas nem sempre foi assim, porém eu era muito pequena e não me lembro, mas minha mãe gosta muito de contar a história que se segue, mania de família não é mesmo? essa coisa de contar historinhas. Tenho uma porção delas, espero que Deus me dê condições de contar todas para vocês.

Minha família investiu suas parcas economias na compra do lote de terras onde está a casa onde moramos hoje, e o dinheiro da prestação faltou. E estavam esgotadas todas as fontes de empréstimo. Foi então que minha mãe pensou: e se eu fosse falar com o pastor?

Naquele tempo ela freqüentava a Igreja Presbiteriana de São Caetano do Sul, para onde se dirigiu, e foi recebida no modesto gabinete do pastor. Reverendo Paulo Lício Rizzo. O pastor ouviu sua história atentamente, mas ao final teve de dizer, constrangido, que nada podia fazer, ele também não tinha dinheiro algum. O bom homem falava a verdade, naqueles tempos éramos todos tremendamente pobres.

- Se eu tivesse, querida, com certeza seria seu, disse ele triste. Mas eu posso fazer uma oração.

Então ele orou ao Pai, suplicando que iluminasse os caminhos daquela jovem – minha mãe era pouco mais que uma menina.


Minha mãe saiu dali sem o dinheiro mas com uma idéia: e se eu fosse falar com a Dra.Délia? Delia Ferraz Fávero, já lhes falei dela aqui.
Foi então que a doutora Delia arranjou o dinheiro da prestação. E fez mais: deu a minha mãe também o dinheiro necessário para os tijolos e todos os materiais de construção necessários para que fosse erguida a casa onde hoje moramos. E também arranjou um emprego para minha mãe.

Sempre que conta esta história minha mãe arremata: - Nunca devemos duvidar do poder de uma oração.

Gosto dessa história. Conforta-me saber que nas bases da casa onde moro, existe a oração de um bom homem, e a piedade de uma bondosa mulher. Bondade e misericórdia.

Que certamente me seguirão todos os dias da minha vida.

Dá uma olhada em algumas fotos que consegui tirar de nossa humilde casinha. E veja a dona da casa, minha mãe dona Marina, de costas, claro, é uma mania de família.