terça-feira, 29 de julho de 2008

Conversa de ônibus ou a cura rápida

Eu tinha dezenove anos quando contraí uma terrível infecção urinária. Acredito que naquele tempo, os medicamentos não eram tão poderosos como hoje, pois hoje um sintoma dessa natureza se resolve com no máximo três dias de medicação. Mas o caso se arrastava por semanas, passando de um medicamento a outro sem solução, e eu já estava exasperada.

Então eu estava num ônibus a caminho da faculdade. Atrás de mim, dois sujeitos, numa conversa tremendamente obscena. Falavam de prostíbulos, mulheres, façanhas sexuais de todo tipo, em alto e bom som, aquilo já começava a me irritar. Foi então que um deles contou ao outro que numa dessas “aventuras”, contraíra uma infecção, com sintomas muito parecidos com os meus, com a diferença que eu era casta. Fiquei atenta.

- Como você resolveu, perguntou o colega interessado?

- Rapaz, eu tomei de uma só vez, seis comprimidos de nome tal.

- De uma só vez? Sim, confirmou o outro.

Desci do ônibus. Entrei na primeira farmácia. Comprei uma caixa do tal medicamento. Tomei ali mesmo, seis comprimidos. Tomei outro ônibus e rumei para a escola.

Fiquei curada no mesmo dia.

Não aconselharia ninguém a fazer aquilo. Mas aquele tinha sido um recado com endereço certo, tinha sido um recado de Deus para mim.

Lembram da historinha do lixo de ontem? Pois é! Dois sujeitos safados e uma conversa obscena. E uma boa notícia de Deus de presente para mim.