segunda-feira, 28 de julho de 2008

Brincando no lixo

 Minha tia Alice que há muito está na glória, tinha uma mania que nós crianças achávamos genial. Ela nos levava a fuçar no lixo das pessoas ricas, nos bairros elegantes da cidade.

Achávamos coisas muito interessantes: roupas novas, sapatos, bolsas de adulto e de criança, brinquedos em perfeito estado, eu cheguei a achar uma coleção de livrinhos linda, cinco livrinhos.

Minha mãe ficava brava: eu não crio meus filhos para eles fuçarem lixo! Mas bem que ela gostava quando voltávamos cheios de novidades interessantes; eu trouxe certa vez para ela um bibelô lindinho, um cachorrinho com uma cestinha de flores na boca, que ela adorou.

Forno microondas apitando, creio que vocês perceberam que acaba de sair uma parábola instantânea: até no lixo encontramos coisas interessantes.

Apure o seu olhar, afine os seus ouvidos. A manifestação divina está em toda parte, em toda parte mesmo, onde você nem imagina. Eu já cheguei a encontrar uma resposta em um anúncio de sabonetes, um dia ainda conto essa história.