quarta-feira, 9 de julho de 2008

Bolo toalha felpuda

Agora eu vou passar aqui a receita de um bolo que eu faço sempre, já fiz tanto, mas tanto, que o faço com o pé nas costas. Eu aprendi a receita com a Joana, minha discreta e educada cabeleireira japonesa, e não parei de fazer nunca mais.

Antes preciso passar alguns macetes, que fui aprendendo ao longo da vida, faço bolos desde menininha. Aquilo que as apresentadoras de TV fazem ao já deixar todos os ingredientes separadinhos de antemão, é uma grande verdade. Antes de começar um bolo, é preciso arrumar todos os ingredientes em tigelinhas e pires, deixar tudo pronto e à mão. Não há nada mais irritante do que ter de interromper um preparo e sair à cata de um abridor de latas, por exemplo. Eu sempre uso também uma toalhinha jogada nos ombros, para o caso de tocar o telefone, por exemplo, ir limpando as mãos, mania minha.

Depois de tudo separado, unte a forma e ligue o forno. Quando vou bater bolo, sempre bato em primeiro lugar as claras em neve, porque assim não é preciso lavar as pás novamente. Experimente não fazer isso e verá do que estou falando. Eu também uso misturar o fermento às claras em neve, isso explicarei adiante.

Um macete também importante, pelo menos para mim que sou um tanto desastrada. No processo de separar gemas e claras, se você não tiver um separador e o fizer com as mãos, pode acontecer de as gemas se quebrarem e misturarem às claras. Se isso acontecer, é só encostar nelas a casca do ovo. A gema “corre” para dentro da casca, e você a recupera.

Então vamos ao bolo, aí vão os ingredientes:

Ø 6 ovos
Ø 4 xícaras de açúcar
Ø 4 xícaras de farinha de trigo
Ø 1 vidro de leite de coco
Ø o mesmo vidro (medida) de leite fresco
Ø 1 xícara de manteiga
Ø 1 colher de sopa de fermento

COBERTURA:

Misture uma lata de leite condensado, a mesma lata (medida) de leite fresco e 1 pacotinho (l00 g) de coco ralado. Reserve.

Separe as gemas das claras. Bata as claras em neve bem firme. Reserve.

Então vamos lá: bata as gemas com a manteiga e o açúcar. É nessa batida, que você irá definir o tamanho do seu bolo, deve ser uma mistura fofa. No início do batimento, a mistura terá uma cor amarelo gema. Na seqüência, irá ficando amarelo clara, mais clara, mais clara. Quando você tiver uma cor amarelo manteiga, a mistura estiver fofa e triplicado de tamanho, quase da consistência de um chantili, esse é o momento de continuar com a entrada dos demais ingredientes. O que faz um bolo crescer não é só o fermento, é também essa batida aí.

Coloque na batedeira o leite de coco, a farinha e o leite de vaca. Isso você deve ir fazendo aos poucos, “sentindo a massa”. Se você não costuma fazer bolos, é importante seguir à risca a receita. Porém, com o passar do tempo, você irá sentir que existe farinha mais úmida, farinha mais seca, então, com essa experiência, você já estará craque para saber se a mistura precisa de mais ou menos leite. No início, porém, repito, se não souber fazer isso, siga a receita. Bata bem. O momento de parar de bater é quando você, ao mexer com uma colher ou espátula, vê a massa se “abrindo” suavemente em espécies de ondas, quase uns buracos. Você então sente que a massa está fofa, que incorporou bastante ar.

Agora é o momento das claras em neve, que você já bateu no início do preparo. Deve ser uma mistura bem fofa, grande e firme. As claras em neve darão aquele toque aerado ao bolo, por isso devem ser misturadas à massa delicadamente, com o auxílio de uma colher ou espátula. É por isso que eu misturo o fermento às claras. Ao meu ver, é uma forma suave de incorporar o fermento à massa. Mas há quem prefira misturar o fermento a um pouquinho de leite, para testar se o fermento está bom, se cresce.

Coloque para assar em assadeira retangular. Eu nunca asso bolos em forno forte, sempre mais para médio. O tempo irá depender do seu forno, mas não menos do que trinta minutos, não mais que quarenta. A regra é clássica: ao se enfiar um palito no centro do bolo, ele deverá sair seco e limpo. Para mim também, um bolo está pronto ou quase pronto, quando você está fora da cozinha e sente cheiro de bolo.

Um último macete. Muito cuidado com as especificações sobre o açúcar – nunca ultrapasse a receita. Bolo com muito açúcar fica pesado, a crosta fica dura e em casca, grudando nos dentes. Não fica bom.

Com o bolo ainda quente, espalhe generosamente a cobertura. Você irá notar que em descanso, a parte leitosa tende a ficar no fundo. Com uma colher, reincorpore o coco ao leite, e a seguir espalhe. Se você for como eu, não espalhará tudo, mas deixará um restinho no fundo da tigelinha, para comer de colher...

Então taí. Essa receita a gente não desenforma, corta diretamente da forma. É muito apreciada no café da manhã, ou para um cafezinho com as amigas à tarde, ou para o lanche das crianças. Quando eu o fazia para levar à igreja, eu cortava em quadrados e embrulhava em papel alumínio, pois é um bolo pegajoso, difícil de comer sem um pratinho ou guardanapo.

Anime-se, faça o seu. Mande as fotos para mim que eu publico aqui. Fotografe também o seu passo-a-passo. Se você tiver problemas de organização, fazer bolos é um bom exercício.

Uma curiosidade: antigamente, as latinhas pequenas de Fermento Royal tinham uma abertura pela qual não passava uma colher de sopa. Muitas mulheres escreveram para lá reclamando, e eu fui uma delas. Então eles mudaram, hoje, a colher de sopa passa na abertura da latinha...