terça-feira, 6 de maio de 2008

Dispensa em crise


O poeta se foi
E levou com ele os versos
Que estava a versejar
Tinha a ver com canoas viradas
Parece que havia um barqueiro
Que não sabia remar.


Por conta dessa partida
Minha pobre rua, coitada
Ficou com problemas gigantes
Temos cá um apaixonado
Que prometeu ladrilhá-la
Com pedrinhas de brilhantes!


As crianças, por seu turno
Acostumadas que são
Às engenhocas modernosas
Não acreditam em mim, dão risada quando eu conto
De cravos que brigam com rosas.


E eu que não freqüento nenhuma rima,
E nem tenho garrafas para lançar no mar,
E muito menos mensagens para nelas colocar...


Não tenho outra opção
Já que o poeta não volta
Vou poeta me tornar!
Farei versinhos elegantes
Farei mensagens rimadas...


Quem sabe as crianças não tornem
A crer em flores falantes
E o jovem enamorado
Na enfeite a minha rua que anda bastante
Precisada!


O quê vocês queriam, uma obra de arte?! Pois tratem de interceder pela volta de Elias, isso sim. Os níveis de farinha e azeite em minha dispensa estão abaixo dos níveis alarmantes. Com o que tinha hoje, foi o que deu pra fazer. Se um milagre não acontecer, amanhã não haverá post.