quinta-feira, 17 de abril de 2008

Se eu tivesse um milhão, o final

Na postagem passada, melhor dizendo no capítulo passado, cometi a sandice de achar que conseguiria trazer leitores aqui de volta, para ler a segunda parte de uma reles história em quadrinhos. Ou melhor, aprofundando mais, cometi foi a sandice de acreditar que alguém estava lendo a postagem passada.

Meu “jeito bipolar de ser” tem desses achismos, faço graça boba e fico pensando que alguém está gostando. No dia seguinte, vem a ressaca, e eu morro de vergonha das coisas que fiz na fase eufórica. Ainda bem que foi aqui, mas já fiz muito disso ao vivo e a cores, creio que já contei essas histórias.

Dito isso vamos em frente. Mesmo que ninguém volte, a minha mente precisa desse desfecho, senão ficarei com aquela sensação que a gente tem quando ouve uma música só até a metade, fica faltando o tantam final. Uma vez li que Bach se levantou da cama para fazer o tantam final no piano, de uma musiquinha que seu filho estava tocando e não executou até o fim. Tudo bem que Bach era um gênio, e querer imitá-lo é muita pretensão de minha parte. Direi portanto que minha mente de antiga arquivista no Bank of London – trabalhei lá, acredite se quiser – precisa disso.

Só que não posso continuar sem explicar que trabalhei na filial paulista do Bank of London, não quero aqui dar uma de viajada só para enganar algum leitor desavisado.

Mas agora PROMETO que acabo a historinha.

No capítulo passado, todo o dinheiro do Tio Patinhas voou, e espalhou-se pela região. Todos correram a catar as notinhas. O Donald também, e resolveu partir pelo mundo, só na boa vida e gastança. Os seus sobrinhos não quiseram ir com ele, ficaram tomando conta da fazenda junto com o Tio. Então vocês imaginem o Donald partindo com aquela vareta às costas, e pendurado nela um saquinho de dinheiro com aquele cifraozinho.

Só que Donald não conseguiu nem sair da cidade. O patinho do trem e o do ônibus, juntamente com todos os patinhos daquele lugar, largaram seus afazeres e caíram na farra, na festa, na vida mansa. Todos andando para lá e para cá com um saquinho de dinheiro às costas.

Então todos ficaram naquela vida boa, até que os suprimentos de alimentos deles foi acabando, e vocês se lembram quem foi que ficou tomando conta de uma fazenda?

Então eles foram comprar mantimentos no Tio Patinhas. E o Tio Patinhas fez uma tabela de preços assim:

LEITE: $ 5.000.000,00 o litro
OVOS: $ 2.500.000,00 a dúzia
BATATAS: $ l.500.000.00 o quilo

Daí para mais. Para assombro e desespero de todos os patinhos do lugar.

Foi assim que o dinheiro voltou às mãos do Tio Patinhas, foi assim que todos voltaram aos seus afazeres, foi assim que Donald voltou a trabalhar na plantação. E a chutar a enxada, bater com o cabo na testa, cair no balde, aquela situação toda.

Para mim o bacana dessa historinha, foi que o pessoal lá da Disney contou, de uma maneira divertida, os princípios básicos da Lei da Oferta e da Procura. Claro que fizeram também uma disfarçada exaltação ao capitalismo, mas isso já é muito complicado para alguém como eu comentar, até porque como eu já disse, minha cultura é de almanaque.

Mas ficou demonstrado que HQ também é cultura!

FIM