domingo, 25 de janeiro de 2009

Fascinação - Primeira parte

Eu era moça e estava com amigas no interior de São Paulo, numa daquelas cidades que giram em torno de uma universidade. Isso significava grande concentração de famílias ricas, muita juventude, muita vida noturna, portanto, ambiente ideal para a caça, e para isso nós estávamos lá - para caçar rapazes.

Na distribuição das acomodações, coube a mim e a três moças a casa da tia idosa de uma delas, e lá fomos nós para nos prepararmos para a noitada, armadas do equipamento fundamental e indispensável: quilos de maquilagem, perfumes, mini-saias, mini-blusas, vestidos curtos e justos, blusas decotadas e sandálias altíssimas que nos faziam andar ondulantes e requebrando as ancas, esses artifícios que os homens tanto apreciam nas mulheres.

A tal tia, a dona Esmeralda, nos recebeu encantada, demonstrando que há muito não recebia visitas. Ela ficava girando em torno de nós, e não sabia o que fazer para nos agradar. Nem ligávamos, ocupadas com nossa transformação em objetos de prazer.

- Lá em baixo há outro banheiro! O espelho da sala tem melhor iluminação! Eu tenho um perfume delicioso, vejam! Vou preparar um suco, querem? saltitava à nossa volta a tia Esmeralda.

- (Que velha chata, disse uma...)

- (Não deixa a gente em paz! sussurrou outra...)

Enfim, preparadas para a temporada de caça, todo os os detalhes em ordem incluindo a pílula anticoncepcional, era a hora do beijinho falso na titia.

- Vá dormir titia, iremos demorar!

- Tenham juízo, meninas...(risadinhas)

Foi na hora do beijinho falso, ao olhar pela primeira vez aquela gentil senhorinha de espertos olhinhos azuis, cabelinho curto prateado com reflexos arroxeados, lembram desse costume? toda perfumadinha de alfazema, senti uma vontade imensa de...de não ir.

- Vão indo, meninas, preciso telefonar para casa. Mentira, em casa nem tínhamos telefone.

- Aceita um chá? perguntou tia Esmeralda depois que entramos, entendendo que não havia telefonema nenhum a se fazer.

Foi então que se iniciou uma das experiências mais prazerosas de minha vida até ali, e talvez até hoje, algo que eu nunca teria conseguido mesmo naquela cidade infestada de belos e ricos rapazes, mesmo sendo aquele lugar famoso por seus bares e sua bela juventude, e pelos seus chopes geladérrimos, com seus tão propagados metros e metros de serpentina.

CONTINUA...