Minha cachorra Naja espatifou completamente o meu registro de nascimento, e o fato me encheu de felicidade, eu e meu filho demos gostosas risadas, mas estou contando de trás pra frente, vamos ao começo.
Recentemente realizei um ato burocrático, e para tal tive de provar que era solteira, coisas do Brasil. Então meu filho foi ao cartório onde meu pai fez de mim uma cidadã brasileira, buscar uma nova cópia do meu registro de nascimento.
Bonitinho ele, cor de rosa, todo digitado em computador, tinha os símbolos nacionais em verdinho e amarelo ao alto. Meu filho, que saiu a mim e que portanto tem muito respeito por coisas antigas disse: não podemos deixar de reconhecer também o valor do documento original, veja como é lindo - e pegou cuidadosamente o fino papel que meu pai trouxe como prova de minha existência, todo cheio de selinhos, datilografado, ou melhor, dactilografado, tão fininho que parecia que uma brisa o destruiria. Ficamos olhando para aquela antiguidade, segurando com o cuidado de restauradores de obras de arte quando a Naja, num pulo, subiu no meu colo, e o que aconteceu foi muito engraçado: o documento virou pó. Sim, é verdade, ele não rasgou, ele virou fumaça.
E foi aí que meu filho e eu demos muita risada.
E o meu filho, que como disse saiu a mim, não disse mais nada, foi cuidar dos assuntos dele, mas tenho certeza de que como eu ele entendeu a mensagem, porque nós aqui em casa temos essa mania paulocoelhistica de encontrar mensagens em tudo: o lugar do passado é no passado.
Com seu adorável pulo, Naja me lembrou que eu deveria levar a sério essa repaginada do meu documento, e virar também certas páginas envelhecidas, fininhas, “dactilografadas”, cheias de selinhos antigos e amarelados, largar tudo isso pra lá, afinal, meu certificado de nascimento agora é cor de rosa, da mesmíssima cor desses novos tempos que estão surgindo. Duvida? Espere e verá.
Recentemente realizei um ato burocrático, e para tal tive de provar que era solteira, coisas do Brasil. Então meu filho foi ao cartório onde meu pai fez de mim uma cidadã brasileira, buscar uma nova cópia do meu registro de nascimento.
Bonitinho ele, cor de rosa, todo digitado em computador, tinha os símbolos nacionais em verdinho e amarelo ao alto. Meu filho, que saiu a mim e que portanto tem muito respeito por coisas antigas disse: não podemos deixar de reconhecer também o valor do documento original, veja como é lindo - e pegou cuidadosamente o fino papel que meu pai trouxe como prova de minha existência, todo cheio de selinhos, datilografado, ou melhor, dactilografado, tão fininho que parecia que uma brisa o destruiria. Ficamos olhando para aquela antiguidade, segurando com o cuidado de restauradores de obras de arte quando a Naja, num pulo, subiu no meu colo, e o que aconteceu foi muito engraçado: o documento virou pó. Sim, é verdade, ele não rasgou, ele virou fumaça.
E foi aí que meu filho e eu demos muita risada.
E o meu filho, que como disse saiu a mim, não disse mais nada, foi cuidar dos assuntos dele, mas tenho certeza de que como eu ele entendeu a mensagem, porque nós aqui em casa temos essa mania paulocoelhistica de encontrar mensagens em tudo: o lugar do passado é no passado.
Com seu adorável pulo, Naja me lembrou que eu deveria levar a sério essa repaginada do meu documento, e virar também certas páginas envelhecidas, fininhas, “dactilografadas”, cheias de selinhos antigos e amarelados, largar tudo isso pra lá, afinal, meu certificado de nascimento agora é cor de rosa, da mesmíssima cor desses novos tempos que estão surgindo. Duvida? Espere e verá.