Porque Ele vive
Posso crer no amanhã
Porque Ele vive
Temor não há
Mas eu bem sei, eu sei
Que a minha vida
Está nas mãos do meu Jesus
Que vivo está
Eu era pequena, pequenina mesmo, e minha mãe me agasalhava com meu mantô azul celeste de botões dourados, gorrinho azul de pompom branco, luvinhas brancas combinando com os sapatinhos e meias. Nós vamos ver um anjinho, ela dizia.
Naqueles tempos não havia velórios públicos, então ela estava me levando a uma casa para o velório de um bebezinho.
Quando lá chegamos, ela me ergueu para que eu visse o pobrezinho. Achei um amor aquela caixinha branca com frisos azuis, o bebezinho todo de branco parecia um boneco numa caixa de brinquedos, coberto com uma rendazinha branca. Minha mãe levantou a renda para que eu pudesse vê-lo.
O papai e a mamãe do bebê estavam à porta, recebendo as pessoas, ela numa cadeira, o papai de pé ao lado dela, ele vestia terno e gravata. Muito silêncio. De quando em quando, ela levava aos olhos um lencinho.
Quando chegou o instante derradeiro, os adultos chamaram as crianças, e pediram que elas conduzissem o caixãozinho. Eu não fui escolhida porque eu era pequena, pequenina mesmo.
No dia seguinte, que era um domingo, estávamos na igreja, o pastor já se preparava para pregar, quando o papai do bebezinho foi até a frente e cochichou qualquer coisa no seu ouvido. O pastor aquiesceu com a cabeça e voltou a sentar.
Então aquele homem cantou o hino cujo refrão está escrito acima.
Eu era como já disse pequena, pequenina mesmo, pequena demais para elaborar um sentimento. Mas algo me dizia, mesmo sem as desnecessárias palavras de compreensão, que eu estava talvez pela primeira vez em minha vida diante de um momento especialmente sagrado.
Posso crer no amanhã
Porque Ele vive
Temor não há
Mas eu bem sei, eu sei
Que a minha vida
Está nas mãos do meu Jesus
Que vivo está
Eu era pequena, pequenina mesmo, e minha mãe me agasalhava com meu mantô azul celeste de botões dourados, gorrinho azul de pompom branco, luvinhas brancas combinando com os sapatinhos e meias. Nós vamos ver um anjinho, ela dizia.
Naqueles tempos não havia velórios públicos, então ela estava me levando a uma casa para o velório de um bebezinho.
Quando lá chegamos, ela me ergueu para que eu visse o pobrezinho. Achei um amor aquela caixinha branca com frisos azuis, o bebezinho todo de branco parecia um boneco numa caixa de brinquedos, coberto com uma rendazinha branca. Minha mãe levantou a renda para que eu pudesse vê-lo.
O papai e a mamãe do bebê estavam à porta, recebendo as pessoas, ela numa cadeira, o papai de pé ao lado dela, ele vestia terno e gravata. Muito silêncio. De quando em quando, ela levava aos olhos um lencinho.
Quando chegou o instante derradeiro, os adultos chamaram as crianças, e pediram que elas conduzissem o caixãozinho. Eu não fui escolhida porque eu era pequena, pequenina mesmo.
No dia seguinte, que era um domingo, estávamos na igreja, o pastor já se preparava para pregar, quando o papai do bebezinho foi até a frente e cochichou qualquer coisa no seu ouvido. O pastor aquiesceu com a cabeça e voltou a sentar.
Então aquele homem cantou o hino cujo refrão está escrito acima.
Eu era como já disse pequena, pequenina mesmo, pequena demais para elaborar um sentimento. Mas algo me dizia, mesmo sem as desnecessárias palavras de compreensão, que eu estava talvez pela primeira vez em minha vida diante de um momento especialmente sagrado.