Quando eu era menininha sonhava em contribuir com algo grandioso para o bem do universo, algo como a cura do câncer numa pílula, daí para mais.
Nos meus tempos de colegial pensei em estudar medicina e salvar vidas, mas sem uma família para me ajudar não vi perspectiva alguma de continuar com esse sonho. Pelos meus pais eu não teria feito nem curso colegial.
Vou ser advogada, pensei. Mas não sei dizer porque na última hora mudei para administração de empresas, e nesse curso me formei. Não pensem vocês que desdenho minha profissão, pelo contrário, tenho orgulho de ser uma administradora, dentro ou fora de empresas, ultimamente fora das empresas.
Cheguei a achar que seria interessante escrever uma bela peça musical, mas não passei do quarto ano de um curso de música, de onde saí mal arranhando um pobre piano. No final vendi o piano, porque precisava de espaço, leia-se dinheiro, para o berço do meu bebê.
E aquela idéia de fazer algo grandioso foi passando, foi acomodando, foi ralentando, enfim, foi apagando, apagou.
Meu último discurso passou a ser: bobagem, isso de realização pessoal é conversa de artista ou discurso de miss universo...
Mas será? Fim de ato? Chuteiras penduradas, eu, que nem uso chuteiras?
Nananinanão! Enquanto existir uma bete pereira da silva existirá esperança, e essa frase bonitinha aí quem acaba me piar é o bem-te-vi aqui da vizinhança. Para dizer a verdade nem eu mesma sei o que ainda pode sair daqui de mim e isso ao mesmo tempo em que é perturbador é também emocionante.
Na pior das hipóteses se não surgir nenhuma idéia mirabolante para melhorar o planeta, eu faço uma linda trança nos meus cabelos, compro finalmente aquele vestido pink esvoaçante e saio por aí mostrando minha beleza ao mundo, porque não sei se vocês sabem mas eu sou muito bonita, pelo menos há quem diga.
E toda essa conversa aí de cima foi só uma introdução para avisar que hoje é meu aniversário, portanto, vá deixando parabéns aí pra mim. Meio século de existência mais um troquinho não é coisa pouca não, principalmente se eu for relembrar todos os demônios que juntos insistiram em me derrubar e não conseguiram. E se até aqui eles não conseguiram, pobrezinhos, não é daqui pra frente que irão conseguir, tenho até pena de quem vier aqui na ilusão de enfrentar, nessa ordem: Jesus Cristo, Bete, minha linda história de vida, minha linda trança de cabelos castanhos e meu vestido esvoaçante pink.
Nos meus tempos de colegial pensei em estudar medicina e salvar vidas, mas sem uma família para me ajudar não vi perspectiva alguma de continuar com esse sonho. Pelos meus pais eu não teria feito nem curso colegial.
Vou ser advogada, pensei. Mas não sei dizer porque na última hora mudei para administração de empresas, e nesse curso me formei. Não pensem vocês que desdenho minha profissão, pelo contrário, tenho orgulho de ser uma administradora, dentro ou fora de empresas, ultimamente fora das empresas.
Cheguei a achar que seria interessante escrever uma bela peça musical, mas não passei do quarto ano de um curso de música, de onde saí mal arranhando um pobre piano. No final vendi o piano, porque precisava de espaço, leia-se dinheiro, para o berço do meu bebê.
E aquela idéia de fazer algo grandioso foi passando, foi acomodando, foi ralentando, enfim, foi apagando, apagou.
Meu último discurso passou a ser: bobagem, isso de realização pessoal é conversa de artista ou discurso de miss universo...
Mas será? Fim de ato? Chuteiras penduradas, eu, que nem uso chuteiras?
Nananinanão! Enquanto existir uma bete pereira da silva existirá esperança, e essa frase bonitinha aí quem acaba me piar é o bem-te-vi aqui da vizinhança. Para dizer a verdade nem eu mesma sei o que ainda pode sair daqui de mim e isso ao mesmo tempo em que é perturbador é também emocionante.
Na pior das hipóteses se não surgir nenhuma idéia mirabolante para melhorar o planeta, eu faço uma linda trança nos meus cabelos, compro finalmente aquele vestido pink esvoaçante e saio por aí mostrando minha beleza ao mundo, porque não sei se vocês sabem mas eu sou muito bonita, pelo menos há quem diga.
E toda essa conversa aí de cima foi só uma introdução para avisar que hoje é meu aniversário, portanto, vá deixando parabéns aí pra mim. Meio século de existência mais um troquinho não é coisa pouca não, principalmente se eu for relembrar todos os demônios que juntos insistiram em me derrubar e não conseguiram. E se até aqui eles não conseguiram, pobrezinhos, não é daqui pra frente que irão conseguir, tenho até pena de quem vier aqui na ilusão de enfrentar, nessa ordem: Jesus Cristo, Bete, minha linda história de vida, minha linda trança de cabelos castanhos e meu vestido esvoaçante pink.