Neste sábado a Inês e o Antonio completaram uma semana vivendo felizes para sempre, imagino até que nem vai ter muita graça a vida deles daqui para frente, porque eles só terão de administrar o felizes para sempre. Mas estou contando a história de trás para frente, é que fiquei empolgada com o telefonema da Noemi.
Conheci Noemi e seu marido Bertold numa época de vacas gordas. Bem gordas. Que me permitiam frequentar sua pousada no litoral de Santa Catarina, um lugar muito bonito, visitado em sua maioria por estrangeiros. Eles faziam uns descontos para metodistas e luteranos, por conta disso pude conhecer o belo lugar. Sem os descontos não conseguiria, é coisa fina e cara.
Lá conheci o Antonio, um inglês filho de mãe portuguesa. O resultado dessa combinação era um belíssimo sotaque misto dos dois idiomas. Finíssimo ele. E também riquíssimo e solteiríssimo.
Soube pela Noemi que o Antonio trazia profundas tristezas no coração, a maior delas foi ter perdido a mãe que adorava, do que ele nunca se recuperou. Por conta disso se dizia que o coração dele nunca bateu por mulher alguma, e não ia ser pela Bete que iria bater, vou logo adiantando, antes que vocês aí fiquem suspirando.
Quem casou com ele foi a Inês, lembrem-se.
E então vou introduzir a Inês na história. Inês trabalhava na pousada, como serviçal. Ela é uma linda representante da raça negra, com corpo de brasileira no que a brasileira tem de melhor, ou seja, tudo no lugar certinho e com as curvas certinhas. Uma boneca de rosto, e de uma delicadeza extrema. E viúva. E devota de Fátima, como Antonio. Tudo isso serviu para colocar idéias na cabeça da Noemi, amiga do Antonio de longa data: Por que não? ela pensou...
Ele passa todos os nossos verões na pousada deles.
Então ela tratou de dar uma de Noemi da bíblia. Se você não conhece a história, vou super resumir: A Noemi da bíblia colocou sua nora, já viúva, no quarto de um sujeito à noite, para apressar uma situação de casamento e herança. É... isso tem na bíblia sim, veja só o que você está perdendo em não ler.
Mas continuemos. Para isso a minha amiga esperou uma bela noite de lua cheia, a altas horas. – Inês, vá por favor levar este lanchinho para o Antonio. Ela nem precisou pedir para que a Inês se perfumasse como fez a Noemi da bíblia, porque a Inês já estava bastante perfumada, coisa de brasileiras.
E ela e o Bert ficaram torcendo para que a lua cheia e a natureza fizessem o resto.
Pela demora da Inês em voltar, deduziram que sim.
O Antonio, que é um homem de bem, já foi logo pedindo a Inês em casamento, e a Inês quase caiu para trás de susto. Esqueci de dizer, digo agora, o Antonio é lindo.
Inês aceitou rapidinho, ela já vinha suspirando ao olhar para ele, só que, coitada, nem sonhava, aquilo era areia demais para o seu caminhãozinho, ela, uma empregada doméstica?
Quando o Antonio perguntou de que cor ela queria o vestido de casamento para que ele pudesse mandar buscar em Londres ela respondeu sem pestanejar: rosa chá. Aprendeu isso em alguma revista de modas, não é lindo?
As sobrinhas do Antonio, de tão encantadas que ficaram de ver o tio desencalhar, e com tão bela e delicada moça, fizeram para a cerimônia vestidos iguais, longos, vaporosos, na cor verde erva doce, como aquelas damas de filme americano. Foram buscá-la na porta do quarto vestidas assim, e levando flores, Inês ficou encantada. O casamento foi ali mesmo na pousada, a Noemi enfeitou o corrimão da escadaria principal com flores e jogou pétalas de rosa nos degraus.
Quando Inês descia as escadas precedida pelas damas, o Luti, que é filho do primeiro casamento do Bert com a Virgínia irmã do Antonio, tocou ao piano e cantou Céu de Santo Amaro, e eu aconselho a você que ouça a canção aqui, para entrar no clima da emoção toda que rolou na cerimônia.
As alianças vieram da Tiffany...
Se você não está acreditando em nada dessa história, não perde por esperar, porque a Noemi ficou de me mandar as fotos. O Bert e a Noemi fizeram questão de oferecer para eles uma linda festa. Dali eles foram para Fátima, abençoar as alianças, e seguiram em lua-de-mel sem data para voltar.
Bonita esta história, não? Eu sabia que você iria gostar.
Conheci Noemi e seu marido Bertold numa época de vacas gordas. Bem gordas. Que me permitiam frequentar sua pousada no litoral de Santa Catarina, um lugar muito bonito, visitado em sua maioria por estrangeiros. Eles faziam uns descontos para metodistas e luteranos, por conta disso pude conhecer o belo lugar. Sem os descontos não conseguiria, é coisa fina e cara.
Lá conheci o Antonio, um inglês filho de mãe portuguesa. O resultado dessa combinação era um belíssimo sotaque misto dos dois idiomas. Finíssimo ele. E também riquíssimo e solteiríssimo.
Soube pela Noemi que o Antonio trazia profundas tristezas no coração, a maior delas foi ter perdido a mãe que adorava, do que ele nunca se recuperou. Por conta disso se dizia que o coração dele nunca bateu por mulher alguma, e não ia ser pela Bete que iria bater, vou logo adiantando, antes que vocês aí fiquem suspirando.
Quem casou com ele foi a Inês, lembrem-se.
E então vou introduzir a Inês na história. Inês trabalhava na pousada, como serviçal. Ela é uma linda representante da raça negra, com corpo de brasileira no que a brasileira tem de melhor, ou seja, tudo no lugar certinho e com as curvas certinhas. Uma boneca de rosto, e de uma delicadeza extrema. E viúva. E devota de Fátima, como Antonio. Tudo isso serviu para colocar idéias na cabeça da Noemi, amiga do Antonio de longa data: Por que não? ela pensou...
Ele passa todos os nossos verões na pousada deles.
Então ela tratou de dar uma de Noemi da bíblia. Se você não conhece a história, vou super resumir: A Noemi da bíblia colocou sua nora, já viúva, no quarto de um sujeito à noite, para apressar uma situação de casamento e herança. É... isso tem na bíblia sim, veja só o que você está perdendo em não ler.
Mas continuemos. Para isso a minha amiga esperou uma bela noite de lua cheia, a altas horas. – Inês, vá por favor levar este lanchinho para o Antonio. Ela nem precisou pedir para que a Inês se perfumasse como fez a Noemi da bíblia, porque a Inês já estava bastante perfumada, coisa de brasileiras.
E ela e o Bert ficaram torcendo para que a lua cheia e a natureza fizessem o resto.
Pela demora da Inês em voltar, deduziram que sim.
O Antonio, que é um homem de bem, já foi logo pedindo a Inês em casamento, e a Inês quase caiu para trás de susto. Esqueci de dizer, digo agora, o Antonio é lindo.
Inês aceitou rapidinho, ela já vinha suspirando ao olhar para ele, só que, coitada, nem sonhava, aquilo era areia demais para o seu caminhãozinho, ela, uma empregada doméstica?
Quando o Antonio perguntou de que cor ela queria o vestido de casamento para que ele pudesse mandar buscar em Londres ela respondeu sem pestanejar: rosa chá. Aprendeu isso em alguma revista de modas, não é lindo?
As sobrinhas do Antonio, de tão encantadas que ficaram de ver o tio desencalhar, e com tão bela e delicada moça, fizeram para a cerimônia vestidos iguais, longos, vaporosos, na cor verde erva doce, como aquelas damas de filme americano. Foram buscá-la na porta do quarto vestidas assim, e levando flores, Inês ficou encantada. O casamento foi ali mesmo na pousada, a Noemi enfeitou o corrimão da escadaria principal com flores e jogou pétalas de rosa nos degraus.
Quando Inês descia as escadas precedida pelas damas, o Luti, que é filho do primeiro casamento do Bert com a Virgínia irmã do Antonio, tocou ao piano e cantou Céu de Santo Amaro, e eu aconselho a você que ouça a canção aqui, para entrar no clima da emoção toda que rolou na cerimônia.
As alianças vieram da Tiffany...
Se você não está acreditando em nada dessa história, não perde por esperar, porque a Noemi ficou de me mandar as fotos. O Bert e a Noemi fizeram questão de oferecer para eles uma linda festa. Dali eles foram para Fátima, abençoar as alianças, e seguiram em lua-de-mel sem data para voltar.
Bonita esta história, não? Eu sabia que você iria gostar.