3.
Foram um dia e uma noite de ônibus mais uma caminhada à pé. Eu sonhava com um banho, um prato de comida e descanso, e procurava me concentrar nisso para afastar meu nervosismo - o que exatamente me aguardava ali, eu me perguntava. Mas não havia ninguém para me responder, porque eu viajava sem a Lidia, sim, isso mesmo. Foi na rodoviária que ela me deu a magnífica notícia: não poderíamos chegar juntas, porque haveria uma interatividade na chegada, e uma não poderia ver de que forma a outra seria admitida. Na entrada nos seria proposto um enigma, só entrando quem o acertasse. E isso era individual.
E eu deixei o meu bebezinho por essa maluquice, pensei, já entrando em desespero.
Pânico na boca do estômago. Lidinha do céu, vamos juntas, chegando lá você caminha na frente, eu sigo mais atrás...
- Betinha! Você concordou em vir, lembre-se disso. As regras são essas, não podemos trapacear com eles. Vamos fazer assim: eu pego o ônibus, vou na frente. O próximo sai daqui a uma hora. Então você tem tempo de pensar se quer mesmo ir. E me passou o mapa, e entrou no ônibus, e me deixou na rodoviária com cara de idiota.
- E se eu não desvendar o enigma? perguntei quando ela já estava instalada no ônibus.
- Você não entra Betinha, você não entra...
E lá se foi minha amiga, me deixando na plataforma, completamente aparvalhada.
Continua...